terça-feira, 11 de junho de 2013

Pare de agredir seu Rim!

Quem pode doar um rim?

Quem pode doar um rim?
Podem doar rim pessoas vivas e pessoas em morte cerebral. O doador vivo pode ser da família (pai, mãe, irmão, filhos), ou de outra pessoa relacionada com o receptor. Todos os doadores vivos devem estar em plena consciência do ato que estão praticando. Após serem examinados clínica e laboratorialmente e se não apresentarem nenhuma contra-indicação podem doar o rim.
Algumas vezes são realizados transplantes com doador vivo não relacionado, exemplo esposa (o). Nesses casos a investigação realizada é muito maior e deve haver algum grau de compatibilidade dos tecidos para não haver rejeição.
É muito importante em todo o transplante, seja de doador vivo ou não que o sangue e os tecidos sejam compatíveis. Essa semelhança evita que o sistema de defesa imunológica do receptor estranhe o novo rim e o rejeite. Para isso, são feitos exames da tipagem sangüínea (ABO) e dos antígenos dos glóbulos brancos (HLA). O HLA é um exame igual ao de paternidade e/ou maternidade.
Para o doador por morte cerebral, há uma rotina e um protocolo nacional que são seguidos rigidamente pelas equipes de transplante. Os principais passos são os seguintes:
1Constatar a morte cerebral;
2Afastar qualquer doença que inviabilize o transplante;
3Reconhecer a viabilidade do órgão a ser doado;
4Realizar as provas de compatibilidade;
5Procurar o receptor mais parecido (compatível);
6Enviar o órgão ao local da cirurgia do receptor.



Leia Mais: TRANSPLANTE RENAL - ABC da Saúde http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?418#ixzz2VxYAfWIG 

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domingo, 2 de junho de 2013

Manual transplante renal

                                         

Clique no link abaixo

http://www.abto.org.br/abtov03/Upload/file/manual_do_transplantado/manual_transplante_rim.pdf

Para ser um doador




logomarca Transplantes


O Brasil possui hoje um dos maiores programas públicos de transplantes de órgãos e tecidos do mundo. Com 548 estabelecimentos de saúde e 1.376 equipes médicas autorizados a realizar transplantes, o Sistema Nacional de Transplantes está presente em 25 estados do país, por meio das Centrais Estaduais de Transplantes. 

Para ser um doador, não é necessário fazer nenhum documento por escrito. Basta que a sua família esteja ciente da sua vontade. Assim, quando for constatada a morte encefálica do paciente, uma ou mais partes do corpo que estiverem em condições de serem aproveitadas poderão ajudar a salvar as vidas de outras pessoas. Lembre-se que alguns órgãos podem ser doados em vida. São eles: parte do fígado, um dos rins e parte da medula óssea.

Campanha sobre doação de órgãos 2009


Campanha sobre doação de órgãos 2009
Cultive essa ideia!

SEJA UM DOADOR

SEJA UM DOADOR
O passo principal para você se tornar um doador é conversar com a sua família e deixar bem claro o seu desejo de ser doador. Não é necessário deixar nada por escrito. A doação de órgãos pode ocorrer a partir do momento da constatação da morte encefálica. Em alguns casos, a doação em vida também pode ser realizada, em caso de parentesco até 4ºgrau ou com autorização judicial (não parentes).

sábado, 1 de junho de 2013

HEMODIÁLISE

HEMODIÁLISE



O que é hemodiálise?
A hemodiálise é um procedimento através do qual uma máquina limpa e filtra o sangue, ou seja, faz o trabalho que o rim doente não pode fazer. O procedimento libera o corpo dos resíduos prejudiciais à saúde, como o excesso de sal e de líquidos. Também controla a pressão arterial e ajuda o corpo a manter o equilíbrio de substâncias químicas como sódio, potássio, uréia e creatinina.
Como funciona a hemodiálise?
A hemodiálise é realizada através de um dialisador ou filtro especial para limpar o sangue. Esse dialisador é formado por um conjunto de tubos e conectado a uma máquina. Durante o tratamento, o sangue flui pelos tubos para o dialisador, onde é filtrado dos resíduos e do excesso de líquidos. Depois de limpo, o sangue retorna ao corpo através de outro tubo.
Geralmente, esse procedimento é realizado em hospitais, onde o paciente se trata três vezes por semana em sessões que duram quatro horas.
                                                                          

Insuficiência renal


Doe órgãos

Doe órgãos


Este vídeo deixa muitos sem palavras.
Uma bela iniciativa pela vida!

Sou transplantado a 7 anos e não estaria aqui sem solidariedade vamos divulgar, compartilhar, espalhar, vamos doar sem ver a quem, vamos salvar vidas.
Muito obrigado isso foi um desabafo.

Materia do Jornal Nacional

Transplante de rim

Materia do Jornal Nacional 18.09.2007.

MANUAL DO PACIENTE TRANSPLANTE DE RIM

Link de acesso ao manual do paciente renal

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO ESTADO DO PARANÁ
CENTRAL ESTADUAL DE TRANSPLANTES DO PARANÁ

Clique no link a baixo
http://www.sesa.pr.gov.br/arquivos/File/MANUAISDOPACIENTETRANSPLANTE/ManualdoPacientedeRim.pdf



TRANSPLANTE RENAL do Hospital Pequeno Príncipe

TRANSPLANTE RENAL

O setor de Nefrologia, transplantes de rins e diálise, com 200 transplantes de rins, em 21 anos, nunca parou de evoluir. O uso de medicamentos imunossupressores de primeira geração e outros avanços proporcionam qualidade de vida aos pacientes. Os índices de sobrevida do órgão transplantado e do paciente são compatíveis com os melhores centros do mundo, como Europa e Estados Unidos.
Em 2009, a equipe do Hospital Pequeno Príncipe realizou 17 transplantes de rim. Em 2010 foram 19 e em 2011, 16 casos.
Chefe de equipe: Dr. Antonio Ernesto da Silveira (CRM: 1934) *
(*) O Dr. Antonio Ernesto da Silveira é Coordenador de Ensino e Pesquisa / Coreme, do HPP. Equipe cirúrgica:
  • Prof. Dr. Antonio Ernesto da Silveira
  • Dr. Antonio Carlos Moreira Amarante
  • Dr. Wilmington Roque Torres Concenza
  • Dra. Maria Helena Camargo Peralta Del Valle
  • Dra. Marlene de Almeida
  • Dra. Ziliane Martins
Telefones de contato no HPP: (41) 3310-1481 e 3310-1202
Horário de atendimento da secretaria do serviço: das 8 às 17 horas
E-mail do HPP: ensino@hpp.org.br
As conquistas no setor de Nefrologia: transplantes de rins e diálise
Com 200 transplantes de rins, serviço se equipara aos melhores do mundo em sobrevida dos pacientes
O primeiro transplante de rim no Hospital Pequeno Príncipe ocorreu em 1989. O paciente tinha nove anos e desde então leva vida normal. É uma história de vencedores, que se mantém 21 anos depois. Em 16 de março de 2010, o garoto Felipe Valenta Guilherme, de 11 anos, recebeu um rim sadio da mãe Conceição, em cirurgia coordenada pelo urologista pediátrico Antonio Ernesto da Silveira. Felipe tinha síndrome nefrótica, uma doença que afeta a capacidade do rim de reter as proteínas. Até poder fazer o transplante, foram 9 anos de tratamento. Nos quatro últimos, Felipe fazia quase 12 horas ininterruptas de diálise peritonial, todas as noites. O equipamento — a cicladora — foi cedido à família pelo Hospital. Conceição recebeu treinamento para manuseá-lo. O SUS também entregava à família, mensalmente, os materiais necessários para a diálise. Segundo a mãe, mesmo com essa rotina o garoto, que estudava com o apoio do setor de Educação e Cultura do Hospital, dos amigos e da família, não perdia as aulas e jamais foi reprovado. Graças ao transplante, agora Felipe pode levar uma vida normal. O transplante de Felipe marca o de número 200 realizado pela equipe de Transplantes Renais do Hospital Pequeno Príncipe, que conta com cirurgiões pediátricos urológicos e vasculares, anestesistas, nefrologistas, enfermeiros e psicólogos, entre outros profi ssionais. Em 21 anos, o serviço nunca parou de evoluir. Exemplo disso é o uso de medicamentos imunossupressores de primeira geração e outros avanços, que visam proporcionar melhor qualidade de vida aos pacientes. Os índices de sobrevida do órgão transplantado e do paciente são compatíveis com os melhores centros do mundo, como Europa e Estados Unidos. Em 2009, a equipe do Hospital Pequeno Príncipe realizou 17 transplantes de rim. Em 2010 foram 19 e em 2011, 16 casos.
Nova técnica para transplante renal traz menos riscos ao paciente
O setor de Nefrologia do Pequeno Príncipe, coordenado pelo nefrologista pediátrico Donizetti Giamberardino, teve outra realização importante em 2010. Em agosto ocorreu o primeiro transplante renal preemptivo. É uma nova técnica que permite fazer o transplante de rim sem que o paciente tenha que passar antes por hemodiálise ou diálise peritonial. Diminui consideravelmente o tempo de tratamento pré e pós-operatório e os desgastes físicos do paciente.

Telefones uteis do hospital Pequeno Principe

TELEFONES

Hospital Cajuru inaugura unidade de transplante renal

Hospital Cajuru inaugura unidade de transplante renal


Centro terá cinco leitos exclusivos para este tipo de procedimento
O Hospital Universitário Cajuru (HUC) amanhã (20), às 18h30, a Unidade de Transplante Renal. Com cinco leitos exclusivos, a Unidade tem como objetivo aumentar o volume de transplantes realizados no Hospital. Nos últimos dois anos, o HUC realizou 66 transplantes de rim, com um índice de 94% de sobrevida do paciente em 12 meses. Segundo o próprio hospital, este percentual só é atingido por grandes centros mundiais e torna a instituição como referência em transplante no País.
A Unidade de Transplante Renal receberá tanto os pacientes que vão fazer o transplante, quanto os doadores, que farão a retirada do rim no próprio Hospital. Atualmente, o HUC possui 289 pacientes inscritos na lista de espera por um órgão e 88 pacientes em acompanhamento ambulatorial. Por mês, o Hospital realiza em média três transplantes de rim. Com a Unidade de Transplante Renal, a capacidade será de cinco transplantes mensais.
Excelência – A equipe de Transplante Renal do HUC, coordenada pelos médicos Alexandre T. Bignelli, Luciana Soares Percegona e Silvia Regina Hokazono, conta com uma estrutura completa que dá suporte aos pacientes antes, durante e após o transplante. O trabalho é conjunto e multidisciplinar e envolve diretamente os serviços de Nefrologia e Urologia. Os pacientes contam com atendimento específico no Ambulatório de Transplante Renal e com um serviço de diálise bem estruturado, com 20 máquinas. Além disso, o HUC é um centro de formação de médicos especialistas e desenvolve diversas pesquisas na área de nefrologia.

Oque é Transplante Renal?




O que é o transplante renal?



O transplante renal é considerado pela maioria dos nefrologistas como a melhor modalidade de tratamento e reabilitação para pacientes com Insuficiência Renal Crônica. O outro tipo de tratamento é a diálise (hemodiálise ou diálise peritoneal).

Em que consiste o transplante renal?

Consiste em preparar um doador com grau de parentesco ao paciente, realizando exames necessários para avaliar desde o grupo sanguíneo até análises complexas que determinam algumas substâncias existentes nas células (conhecido como HLA) com a finalidade de mostrar se o tecido do doador assemelha-se ao do receptor. Também são realizados exames clínicos e laboratoriais para assegurar o sucesso da cirurgia de transplante.

Em que local é colocado o novo rim?
O rim transplantado é colocado na região inferior do abdome e geralmente não se retiram os próprios rins do paciente.

Como se escolhe o paciente receptor do rim?
No transplante de rins de doador cadáver o rim é proveniente de uma pessoa com morte cerebral e é elaborado um sistema de busca por uma central de transplante para avaliar o paciente de maior compatibilidade para receber este rim.Os pacientes com insuficiência renal crônica são cadastrados e os candidatos colocados em lista de espera,selecionando-se depois o mais compatível.

O paciente transplantado precisa tomar medicamentos?
O paciente transplantado tem que fazer uso de medicamentos imunossupressores (que combatem a rejeição) corretamente e enquanto estiver com o rim em funcionamento, tendo consciência que se parar a medicação ocorre rejeição do órgão transplantado e terá que retornar à diálise.Além disso tem uma menor resistência à infecção havendo necessidade de ter maior cuidado para diminuir a chance de adquiri-las.

Dr Drauzio Varella Explica transplantes renais


Dr Drauzio Varella


Explica transplantes renais
Os rins recebem sangue através das artérias renais, ramos da aorta que vem diretamente do coração. Depois que circulou pelo grande número de vasos existentes nesses órgãos, livre das toxinas, o sangue sai pelas veias renais rumo ao coração e a urina desce pelos ureteres até cair na bexiga.
É função dos rins filtrar o sangue para eliminar substâncias nocivas ao organismo, como a amônia, a ureia e o ácido úrico. Mas eles não funcionam apenas como simples filtro, que prende em suas malhas os produtos que não interessam ao organismo. Eles também agem ativamente, secretando substâncias importantes para nossa saúde.
Quando as inúmeras unidades que compõem os rins ficam comprometidas,  a pessoa entra num processo chamado de insuficiência renal que pode tornar-se crônico e que, ao atingir determinados limites, exige diálise ou transplante de rim como solução terapêutica.
Transplante de rim é uma alternativa bastante eficaz para o tratamento da insuficiência renal crônica. Quando ele se faz necessário, o paciente recebe um rim novo, uma artéria para nutri-lo, uma veia que serve de escape para o sangue venoso e um ureter para excretar a urina.
DOAÇÃO INTERVIVOS
Drauzio – Como é feito o transplante renal?
Elias David Neto – Obviamente, para fazer um transplante renal, necessita-se de um doador, que pode ser uma pessoa viva – um parente, um irmão ou o pai – que doe o órgão para a pessoa que dele precisa. Nesse caso, as cirurgias do doador e do receptor são feitas ao mesmo tempo. Uma equipe cirúrgica retira o rim do doador com parte de uma artéria, de uma veia e um ureter numa sala, enquanto em outra sala a equipe de transplante prepara o receptor para receber esse rim tão logo ele seja extraído. A seguir, emendam-se a artéria e a veia do doador na artéria e na veia do receptor e o ureter em sua bexiga. Feito isso, está terminado o transplante.
Drauzio – Os rins que não funcionavam mais ficam no corpo do receptor?
Elias David Neto – Ficam, pois o novo rim é implantado bem pertinho da bexiga, na parte baixa da pélvis. Isso se faz necessário porque é retirado um pedaço pequeno do ureter do doador e porque o cirurgião trabalha longe dos rins antigos. Na verdade, eles só precisam ser removidos se o paciente tiver uma doença que causou muitas infecções ou a formação de inúmeras pedras.
Drauzio – Mesmo porque o pouquinho que os rins comprometidos conseguem filtrar pode ainda servir de alguma ajuda…
Elias David Neto – Só servem enquanto o rim novo não funciona adequadamente, porque depois ele não deixa nada para os outros fazerem.
PREOCUPAÇÃO DOS DOADORES
Drauzio – Muitos candidatos à doação ficam com medo de não viver bem com um rim só. Esse temor tem fundamento?
Elias David Neto – As pessoas precisam pensar no seguinte. Suponhamos que um exame revele um pequeno tumor no rim e que a melhor conduta seja retirá-lo. Ninguém pergunta se vai conseguir viver bem com um rim só. Simplesmente retira o rim em que está o tumor. Já o candidato a doador faz sempre essa pergunta, embora a situação seja praticamente a mesma.
Os dois rins juntos exercem 100% da função renal, mas ainda conservam uma reserva funcional que entra em ação quando solicitada. A retirada aguda de um deles faz com que essa função caia para 50%. No entanto, passados três meses da doação, o rim remanescente atinge de 70% a 80% da função, o que já é suficiente para alcançar a faixa de normalidade. É tão tranquilo que, cinco dias depois da cirurgia, o doador recebe alta definitiva.
Como a mulher que dá à luz não retorna ao hospital depois do nascimento do filho, porque não está doente, a pessoa que doa um rim também não volta, porque não está doente. Se lhe acontecer alguma coisa, certamente não será por causa da doação.
Drauzio – Você disse que em três meses praticamente o rim remanescente recuperou a função integral. Nesse período, que cuidados o doador deve tomar?
Elias David Neto – Com o rim propriamente dito, nenhum cuidado especial. No primeiro mês, não deve fazer ginástica. Depois pode retomar todas as atividades, não importa se lutava boxe, judô ou pulava de paraquedas.
REJEIÇÃO AGUDA E CRÔNICA
Drauzio – O receptor recebe um rim de uma pessoa com quem tem histocompatibilidade, ou seja, uma compatibilidade de tecidos próxima a dele. Nós sabemos que o corpo humano reage contra qualquer tecido estranho que apareça no organismo. Portanto, a tendência é rejeitar o órgão transplantado. Quantos dias o paciente fica no hospital e que cuidados devem ser tomados para inibir a rejeição?
Elias David Neto – Em geral, ele fica de sete a dez dias no hospital. Para inibir a rejeição, assim que é internado começa a tomar imunossupressores, ou seja, drogas que diminuem as defesas imunológicas não só contra o novo órgão, mas contra agressões de agentes externos. Atualmente, os remédios são muito mais específicos contra a rejeição e podem ser dosados no sangue de tal forma que, com a menor quantidade possível, consegue-se suprimir a resposta de agressão contra o órgão transplantado e manter a defesa contra vírus, bactérias ou tumores. E não para nisso: a cada ano, surgem drogas novas para combater a rejeição e que agem menos sobre as células que defendem o organismo contra agentes infecciosos.
Drauzio – As drogas do passado deprimiam a imunidade como um todo. Por isso, os doentes ficavam muito mais sujeitos a infecções.
Elias David Neto – Além disso, nossa capacidade de monitorar a dosagem dessas drogas no sangue – ”Olhe, a dosagem está alta ou baixa demais para esse paciente” – era muito limitada. Atualmente, conseguimos acertar as doses de tal forma que a pessoa recebe exatamente a quantidade necessária. Por isso, o risco de rejeitar o órgão logo depois do transplante não existe mais.
É raríssimo alguém perder o rim por rejeição aguda. A perda pode ocorrer a longo prazo, dez, quinze, vinte anos depois do transplante, por um processo de rejeição crônica, caracterizado pela agressão contínua e vagarosa do organismo que obriga a fazer novo transplante. Esse processo, infelizmente, a ciência ainda não conseguiu interromper.
Drauzio – Qual é a porcentagem de pacientes que perdem o órgão transplantado a longo prazo?
Elias David Neto – A última estatística indica que a sobrevida média de um rim está em torno de quinze anos. O que quer dizer sobrevida média? Quer dizer que, no fim de quinze anos, 50% dos órgãos transplantados não estarão funcionando e que 50% estarão funcionando, não se sabe, porém, por quanto tempo. O que se sabe é que a sobrevida vem aumentando: era de cinco anos, passou para sete, para dez, para doze e agora está em quinze anos. O cálculo mais recente foi feito com pacientes transplantados na última década. Provavelmente, com a evolução da drogas atuais, a sobrevida já esteja maior.
COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS
Drauzio – Quais as complicações mais frequentes associadas ao transplante de rim?
Elias David Neto – Quando a pessoa recebe um transplante de rim, não vira atleta de olimpíada. Continua sendo a pessoa que sempre foi, só que agora é transplantada e precisa cuidar da saúde como todas as outras deveriam fazer, porque o transplantado também tem doença no coração, nas artérias, diabetes e envelhece. No seu caso específico, o transplante e as drogas fazem com que essas doenças tenham um desenvolvimento um pouco mais acelerado do que nas pessoas normais; portanto, eles têm de se cuidar mais.
É um erro o indivíduo com 55 anos achar que fez um transplante e se transformou num garoto de dezoito. Ele só recebeu um rim. Não pode fumar, precisa fazer exercícios físicos, tem que controlar o colesterol, a glicemia, a obesidade e cuidar das coronárias, porque a doença coronariana agride mais rapidamente os transplantados.
ADESÃO AO TRATAMENTO
Drauzio – Esses medicamentos para inibir a rejeição precisam ser tomados por toda a vida. Isso impõe limitações aos transplantados?
Elias David Neto – Nós não indicamos o transplante, porque achamos bonito. Indicamos, porque o indivíduo precisa dele para continuar vivendo. É a única alternativa e ele tem de tomar remédios pela vida inteira ou até que a ciência descubra uma fórmula de manter o rim transplantado sem medicamentos. Para usufruir esse benefício e aqueles que virão com a descoberta de novas drogas com menos efeitos colaterais, o transplantado precisa estar vivo, com o rim funcionando e tomando os remédios de que dispomos no momento.
Drauzio – Quais são os efeitos colaterais mais comuns dessa medicação?
Elias David Neto – Essas drogas diminuem a imunidade como um todo. Portanto, aumentam os casos de infecções e de tumores de pele que obrigam o transplantado a proteger-se do sol mais do que as outras pessoas. Outro efeito colateral importante é a doença aterosclerótica que tem evolução um pouco mais rápida nesses indivíduos.
Drauzio – Nós todos enfrentamos dificuldades com doentes submetidos a tratamentos pelo resto da vida. Os hipertensos constituem um exemplo clássico. Tomam remédio, a pressão baixa para 12/8 e, depois de um tempo nesse patamar, eles decidem que não precisam mais de medicação. Isso acontece também com os transplantados?
Elias David Neto – Acontece, e muito. A não aderência às drogas é responsável por 20% das perdas de enxertos. O indivíduo acha que o rim já está incorporado – “Estou com esse órgão aqui há dez anos” –, para de tomar o remédio e, em um ou dois meses, o rim deixa de funcionar. Por isso, insistimos em que a medicação não seja suspensa sob nenhum pretexto. “Você está bem, porque está tomando remédios. Se parar de tomar, a rejeição agride o órgão transplantado e ele será perdido”.
Abandonar a medicação é, especialmente, muito comum nos adolescentes que requerem atenção redobrada nesse sentido.
Drauzio – Quem foi transplantado pode ter dieta normal, praticar esportes, levar vida normal, enfim?
Elias David Neto – Existem olimpíadas com todas as modalidades de esportes –corrida, basquete, futebol, vôlei, maratona, etc. – para transplantados. Para ter uma ideia da recuperação, o vice-campeão mundial de slalo na neve em recentes jogos de inverno foi um transplantado de fígado. Isso prova que essas pessoas são absolutamente normais. Depois do transplante, voltam a ser o que eram antes. Se eram atletas, voltam a ser atletas; se eram sedentários, provavelmente não mudarão os hábitos de vida.
É preciso encarar o transplante como uma contribuição à saúde. Se a pessoa é operada e extrai a vesícula, sofreu uma agressão. No transplante, porém, recebe o órgão que lhe fazia falta, não retira nada e isso lhe permite levar vida praticamente normal.
DOAÇÃO DE CADÁVER
Drauzio – Você abordou a doação de órgãos de um parente ou amigo para uma pessoa doente, mas temos também a possibilidade de transplantar rins de cadáveres. Qual é a diferença entre um tipo e outro de doação?
Elias David Neto – Primeiro, vamos definir o que é um cadáver. Cadáver, por exemplo, é o indivíduo que sofreu um acidente ou teve derrame cerebral, está internado na UTI com o coração batendo, respirando através de aparelhos, recebendo nutrição por uma sonda, só que seu cérebro está morto. É como se ele tivesse sido decapitado. Tudo funciona, menos a cabeça.
Segundo a lei brasileira, a morte do cérebro é sinal definitivo de que não há mais vida, mesmo que o coração ainda esteja batendo à custa de aparelhos. Esse é o doador cadáver e é para sua família que se pede a doação de órgãos.
Drauzio  Qual a diferença entre o órgão doado por um vivo e o extraído de um cadáver?
Elias David Neto – Exceto no caso de irmãos em que é possível encontrar um doador absolutamente idêntico, a maioria das pessoas não é idêntica. Isso não tem muita importância, porque as drogas atuais são mais potentes e mais importantes do que as incompatibilidades. É claro que se doador e receptor forem idênticos, o resultado será melhor.
Drauzio – Quais as exigências a cumprir para encontrar um órgão compatível com o receptor?
Elias David Neto – A primeira exigência é que tanto o cadáver quanto o doador vivo pertençam ao mesmo grupo sanguíneo (A, B, AB, O) que o receptor. O fator RH não importa. Depois, é feito um teste imunológico. Encontrar o doador mais compatível é mais um critério de distribuição justa do que um critério científico que vai exercer impacto sobre o transplante. Por isso, hoje se leva muito em conta a compatibilidade A, B, O e uma pequena compatibilidade no sistema HLA para selecionar o melhor rim para determinado receptor.
Do ponto de vista da qualidade de órgãos, o doador vivo e o cadáver deveriam ser iguais, mas não são, porque o cadáver sofreu um acidente ou foi operado e ficou dias na UTI e o órgão doado vai para a geladeira por 24 horas, esperando a seleção do receptor. O doador é sofrido, o órgão é sofrido. Isso não acontece com o doador vivo, que vai para a cirurgia com hora marcada e dia certo. Como num casamento, tudo é combinado antes: o dia que os noivos preferem, que a igreja está vaga e o padre, disponível.
Drauzio – Qual é o tempo máximo para transplantar os órgãos do cadáver?
Elias David Neto – Tenta-se transplantar em menos de 24 horas. É preciso dizer que, passado o período inicial em que o rim do cadáver está em piores condições do que o rim do doador vivo, a longo prazo, eles são semelhantes desde que o paciente tome as drogas imunodepressoras e que esteja atento aos cuidados gerais de saúde.
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
Drauzio – Os órgãos de uma pessoa morta, descerebrada, mas com o coração ainda batendo pode ajudar outra pessoa a sobreviver. Como a legislação brasileira se pronuncia nesse sentido?
Elias David Neto – A cidade e o estado de São Paulo são divididos em organizações de procura de órgãos. Cada hospital está sob a responsabilidade de uma dessas organizações que são notificadas quando existe um doador. Aí, uma equipe que nada tem a ver com os transplantadores vai até o local, identifica o doador, constata que ele não é portador de tumores ou infecções que possam contaminar o receptor e se está realmente em morte cerebral. Só então a família é procurada para autorizar a remoção dos órgãos.
Dessa autorização, que deve ser dada por escrito por um parente do doador (existe um grau de parentesco a ser respeitado), consta a relação dos órgãos que podem ser doados. Por exemplo: se a família quiser que só a córnea seja doada, só ela será removida. No entanto, se quiser, pode doar além da córnea, rins, coração, pâncreas, artérias, ossos, etc. Os órgãos permanecem no hospital e o corpo é devolvido à família para o sepultamento. Nesse ínterim, a Secretaria de Saúde recebe amostra de sangue do doador e inicia o processo de seleção do receptor.
CRITÉRIO DE SELEÇÃO
Drauzio – Qual é o critério para a seleção do doador?
Elias David Neto – O critério é a ordem de inscrição numa fila única de possíveis receptores no Estado de São Paulo. Os órgãos são encaminhados para as equipes transplantadoras a fim de serem transplantados no receptor que a Secretaria de Saúde determinou. Não pode ser em outro. Se ele estiver gripado, por exemplo, comunica-se o fato e a Secretaria chama o segundo da fila e assim sucessivamente. O processo de seleção é extremamente transparente.
Drauzio – Essa estrutura se repete em todos os estados da federação?
Elias David Neto – Não. Ela existe em São Paulo, porque o estado tem trinta e seis milhões de habitantes, na verdade, população e tamanho maior do que muitos países. Nos outros estados, não existem tantas equipes transplantadoras,.A seleção é um pouco mais fácil, mas os critérios são os mesmos, porque a legislação brasileira é regida pelo Sistema Nacional de Transplantes que coordena o serviço em todos os estados da federação.
À medida, porém, que os outros estados crescem, seja em número de equipes transplantadoras, seja em população, vão sendo criadas organizações para a doação de órgãos seguindo o modelo paulista que é altamente sofisticado.
Drauzio – Pode acontecer de um órgão que sobrou em São Paulo ser utilizado em outro estado?
Elias David Neto – Pode, mas em geral é o contrário que acontece, porque São Paulo tem muitas equipes transplantadoras e muitos receptores à espera de transplante. Pode acontecer que um coração removido no Nordeste não tenha receptor compatível naquela região e seja enviado para ser transplantado em São Paulo. As equipes centrais de transplante se comunicam com muita eficiência e decidem com presteza o destino que será dado ao órgão.
TRÁFICO DE ÓRGÃOS
Drauzio – Algumas vezes, os jornais veiculam notícias sobre o tráfico de órgãos. Isso de fato acontece?
Elias David Neto – O governo americano comandou uma investigação em vários países do mundo para averiguar casos de rapto de crianças e adultos para a remoção de órgãos que culminou num documento chamado “Rapto de Crianças para Transplante – Uma Lenda Urbana Moderna”.
Nesse documento, o investigador do FBI relata que a mesma história é repetida igualzinho em todos os países. Alguns jornalistas sequer mudam o nome das personagens. O João brasileiro é o John americano e o Juan espanhol; a Maria do Brasil é a Mary dos Estados Unidos e a Marie da França. O rapto de pessoas para extrair seus órgãos é a lenda urbana moderna.
Denúncias sem comprovação sobre o trafico de órgãos geram desconfiança na população e espalham o medo de que o sistema não funcione. O Sistema de Transplante Brasileiro é transparente e um dos mais confiáveis do mundo. Nunca houve em nenhuma delegacia do País relato, notificação ou registro de alguém que tivesse sido raptado e devolvido depois sem um órgão.
Fala-se muito em tráfico de órgãos. Isso não existe, como não existe a possibilidade de furar o sistema de lista única. Desafio um jornalista investigativo a demonstrar que pode furá-la. Desafio-o também a tornar público o resultado de sua investigação, qualquer que seja ele. Por certo, isso incentivaria e muito a doação de órgãos.
Drauzio – Há uma CPI em andamento sobre o tráfico de órgãos no Brasil.
Elias David Neto – No Brasil, está instalada uma CPI sobre o tráfico de órgãos que na verdade investiga o tráfico de pessoas. Se alguém sai do País para doar um órgão em outro lugar em troca de vantagens não é responsabilidade do Sistema Nacional de Transplante. Foi uma decisão individual e particular, embora faça parte do tráfico que corrompe as pessoas.
Minha esperança é que essa CPI investigue fundo e, se a conclusão for que não há tráfico de órgãos, a imprensa seja convocada para divulgar os resultados, porque assim estará contribuindo positivamente para a transplantação brasileira de órgãos .

O transplante renal

transplante renal

transplante renal é uma terapia de substituição renal que envolve o transplante de um rim de um doador vivo ou cadavérico. Tornou-se o tratamento de escolha para grande parte dos pacientes com doença renal em estágio terminal. O transplante renal tem sido uma opção para melhoria da qualidade de vida dos pacientes.
Os transplantes de rim de doadores vivos com compatibilidade HLA são mais bem-sucedidos do que aqueles de doadores falecidos.
O rim transplantado é colocado na fossa ilíaca do paciente e o ureter é fixado à bexiga ou anastomosado ao ureter do receptor. A artéria e a veia renais são unidas à artéria e à veia ilíacas externas, respectivamente.
Um estudo realizado nos Estados Unidos mostra que pessoas doam um dos rins vivem tanto quanto aquelas que possuem os dois rins 1 .
Segundo estudo publicado na Nature, cerca de 27 mil transplantes renais são feitos anualmente no mundo, sendo 39% do total de transplantes. Estados UnidosBrasilIrãMéxico e Japão de um grupo 69 países registram o maior volume desse tipo de transplante 2.
OMS estima que cerca de 10% dos transplantes realizados no mundo sejam ilegais